segunda-feira, abril 30, 2012

Trânsito: De que lado você está?

    Vivemos tempos difíceis. Estamos sempre com pressa e  na tentativa de "domar" o tempo criamos máquinas cada vez mais velozes. Criamos assim o trânsito e com eles suas regras. Regras que são desrespeitadas e subvertidas ao egoísmo dos atores que compõem o trânsito. Os motoristas dos carros reclamam dos motociclistas, e vice-e-versa. Os ciclistas, muitos deles crianças e adolescentes, desconhecem as regras de trânsito. E o pedestre? Também têm a sua parte neste caos, atravessam em qualquer lugar, andam fora das calçadas,pondo em risco suas vidas.   Vemos nos grandes centros urbanos toda sorte de desrespeito às regras. E de que lado nós estamos? Estamos do lado da VIDA!! Precisamos ensinar em casa, na escola a valorização da vida.
 

Reportagens

Data: 24-09-2000
Fonte: Correio Braziliense
Cad./Pag./Sessão: Cidade

A Educação para o Trânsito nas escolas é o caminho para reduzir a violência dos jovens ao volante?


SIM
Educar na escola é a solução.
A educação é a única solução para os problemas do trânsito. A curto e a médio prazos, podemos até nos valer das advertências, punições e ameaças quais sejam: os guardas, pardais, barreiras eletrônicas e até cassação de carteiras; mas, a longo prazo, só um motorista consciente e responsável irá, independente de qualquer ameaça, apresentar um comportamento civilizado no trânsito.
Uma boa engenharia de trânsito é muito importante. Sinalização adequada e pistas seguras também. No entanto, não há nada que impeça acidentes quando o motorista transgride as leis e sai loucamente fazendo peripécias pelas vias. A cooperação e a gentileza no trânsito resolveriam muitas questões que a melhor engenharia teria dificuldade em resolver. Esses valores são importantes não só no trânsito como na nossa vida diária.
A nossa educação está carente de princípios e valores morais e éticos bem definidos. É na primeira infância que a criança forma os conceitos do bem e do mal, do certo e do errado. Quando os pais não deixam essas questões claras para os filhos, a formação desses conceitos fica prejudicada. No trânsito, por exemplo, quando eu avanço o sinal vermelho ou ‘‘engano’’ o guarda com meu filho ao lado, estou passando para ele, de uma maneira muito forte e clara, que mentir e enganar são valores. Aí não adianta falar ‘‘não minta para seus pais’’...
Nós definimos nossos valores mais pelos nossos atos e exemplos do que pelas nossas palavras. Esses comportamentos, aprendidos na infância, vão tomando dimensões maiores na adolescência, vão se enriquecendo com a força do grupo e terminam nesse ‘‘show de agressões’’ a que hoje assistimos estarrecidos em nossa sociedade.
Não existe falta de educação no trânsito. O que existe é falta de educação mesmo. O trânsito apenas reflete o desrespeito ao próximo, a competitividade exacerbada e inconseqüente e sobretudo o hábito costumeiro de sempre levar vantagem.
Podemos comparar o carro a uma máscara; à ‘‘persona’’ que os gregos usavam para representar nos teatros. Ao vestirmos nossos mais de mil quilos — o carro —, nós nos tornamos poderosos, velozes, quase imortais. É este o comportamento geral que, inconscientemente, envolve o motorista quando ele entra na cena do trânsito, conduzindo seu veículo. Você se lembra do J. Kennedy em seu avião? A questão é semelhante, para não citar fatos do nosso quotidiano. É como se até mesmo o tempo ou qualquer variável de interferência negativa fosse insignificante diante de tanto poder.
Havemos de retomar a educação em todos os seus aspectos. Precisamos trabalhar um novo conceito de cidadão, de cidadania e ética em todo panorama educacional, sobretudo no campo político do nosso país. Se não houver uma postura séria, comprometida, dos que legislam, executam e fiscalizam as leis, estaremos repetindo a história do pai que passou no sinal vermelho e disse para o filho que não se deve mentir nem enganar.
E de quem será a responsabilidade da educação para o trânsito? No nosso entender é de todos: pais, motoristas, educadores, autoridades e pedestre também. No entanto, já está passando da hora de as escolas de ensino regular formalizarem a disciplina Educação para o Trânsito, já prevista como tema transversal da nova organização curricular e também no Código Brasileiro de Trânsito.
Seria muito bom que tanto os professores como os motoristas que tiraram sua habilitação antes do novo código entrar em vigor se reciclassem na nova legislação. Através de conhecimentos de direção defensiva, muito se pode evitar de acidentes no trânsito. A proteção ao meio ambiente acrescentou conhecimentos ambientais não vistos antes de 77. Também a Psicologia Aplicada à segurança de trânsito e a prevenção de acidentes e primeiros socorros vão melhorar a performance do condutor. A primeira proporciona maior consciência do próprio comportamento no trânsito. A segunda, noções básicas de que nenhum cidadão deve ignorar como socorrista ou mesmo uma emergência a que ele possa ajudar a salvar vidas. Vale lembrar que houve mudanças na própria legislação de trânsito que também precisam ser revista.
A educação de trânsito é hoje uma preocupação mundial. Se a falta de educação leva ao subdesenvolvimento e mata a longo prazo, a falta de educação no trânsito mata de imediato.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente, precisamos ensinar as nossas crianças o respeito às regras e sobre tudo o respeito à vida.

    ResponderExcluir
  2. Meninas,
    O blog de vocês está super interessante,pois sabemos como as pessoas andam irresponsáveis no transito,transformando seus veículos realmente em armas.
    Acredito que a educação para o transito tem que começar na escola,para que assim sejam formados motoristas conscientes e responsáveis.
    Parabéns pelo blog.
    Grande beijo.

    ResponderExcluir